sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Tristeza ou Depressão ?

Quem nessa vida um dia não se sentiu "peixe fora d'água"?


Quem nunca teve uma sensação de que "não iria agüentar" e deixou que a tristeza rolasse?

Mudando de nome, a tristeza varou gerações. Foi camundum, fossa, down, pra baixo, depré, mas o certo é que em algum momento esse sentimento nos rondou ou ronda. De maneira geral, a tristeza é um grande desânimo perante a vida. Mas é momentâneo e até saudável, segundo alguns profissionais, já que ajuda na elaboração das perdas. É aquela angustia diante de mudanças no ambiente familiar e profissional; na partida de entes queridos, fim de relacionamentos, acidentes com conseqüências graves. O certo é que ela será vencida depois do período "de luto". Paulatinamente superada, acalmado-se até que se recomeça a viver outra vez com intensidade anterior.

Porém, se em lugar disso o tempo da tristeza começa prolongar muito, é possível que esteja encobrindo uma depressão. Aqui, os sentimentos têm tons mais acinzentados: apatia, indiferença, desesperança, falta de perspectivas ou prazer pela vida. Sinal vermelho do organismo anunciando que é hora de pedir auxilio. A sintomatologia pode aparecer e desaparecer quase que sutilmente, mas é bom ficar atento, a depressão é uma doença recorrente e crônica.

Classificada no grupo das "doenças afetivas", ou seja, aquelas que tem uma evolução cíclica, em que se alternam períodos depressivos e fases absolutamente saudáveis, nada tem de moderna. Hipócrates, o pai da medicina, descreveu seus sintomas, que podem manifestar de forma branda, quando as pessoas acreditam estar vivendo uma "fase ruim", indo á grave quando o paciente chega ao médico levado pela família, por comportamentos estranhos e fora da compatibilidade.

Para diagnosticar a depressão é necessário observar os sintomas e suas intensidades, isolados e conjuntamente. A ciência, embora já tenha estudado muito, ainda tenta descobrir o que desencadeia a depressão. Empenha-se em desvendar as possíveis implicações genéticas da estrutura cerebral, a relação entre os mecanismos cerebrais e alterações psíquicas decorrentes de perdas de substâncias responsáveis pelo humor e estima. Porém, muito falta saber com rigor dessa doença que já é considerada o "mal do século".

O tratamento é estabelecido em função dos sintomas apresentados e da intensidade do quadro. Devem ser acompanhados de um médico de confiança e podem durar longos períodos. Tem que ser levado muito a sério, já que o abandono dos medicamentos, no meio do tratamento é altamente prejudicial ao paciente.

Por fim, motivação espiritual e emocional, exercícios físicos e reequilíbrio das energias corporais são indicados em grandes doses, em qualquer hora, sem qualquer contra indicação. É bom lembrar que essa é uma ajuda abençoada, já que os antidepressivos não são pílulas douradas e nem elixir da felicidade.

Texto sob a orientação do Neurologista

Reginaldo Paiva

Autor: Neide Dellacqua