domingo, 23 de dezembro de 2012

Mulheres que amam de menos



Mulheres que amam de menos

                                                              por DR. Ailton Amélio
“Diamonds are forever [...] I don’t need love”. 
(Musica do filme “Diamonds are Forever” de James Bond – 007, 1971)

As capacidades para sentir atração, se apaixonar e amar
variam bastante entre as pessoas. Algumas sentem atração,
se apaixonam e amam com muita facilidade enquanto outras
dificilmente experimentam estes sentimentos. Felizmente, a
grande maioria das pessoas está entre estes dois extremos.
As pessoas que têm disfunções nestas capacidades são
aquelas que têmfacilidade excessiva ou dificuldades para se
envolver afetivamente. Neste artigo vou abordar principalmente
a dificuldade para se envolver afetivamente, porque creio
que este caso atinge uma maior quantidade de pessoas.
Facilidade excessiva para se envolver afetivamente
Uma parte daqueles que têm facilidade excessiva para se envolver
 amorosamente sente atração por inúmeras pessoas, se apaixona
a todo o momento e relata um grande número de amores. Esta
 facilidade excessiva também tem conseqüências negativas. A primeira
 delas é que estas pessoas são muito pouco exigentes na escolha de
 parceiros amorosos. Em segundo lugar, elas são socialmente
 mal vistas. São rotuladas pejorativamente como “galinhas” e “fáceis”.
 Em terceiro lugar, muitos possíveis parceiros evitam se envolver com este
 tipo de facilidade. Isto ocorre por diversos motivos como, por exemplo,
 os possíveis parceiros sentem que não são especiais, já que estas
 pessoas “se envolvem com qualquer um”.
Dificuldades para se envolver afetivamente
Quando suspeito que um paciente tem dificuldade para se envolver
amorosamente, faço três perguntas (sugiro que você também as responda agora):
1- Quantas pessoas existem no seu círculo de relações pelas quais você
sente atração amorosa que seria pelo menos suficiente para iniciar um
 relacionamento amoroso? (Para responder esta questão desconsidere
 o fato de você ou de estas pessoas já estarem comprometidos).
2- Quantas vezes você já se apaixonou na vida?
3- Quantas vezes você já amou na vida?
Quando a pessoa que procura o meu consultório relata que está tendo
 dificuldades para iniciar relacionamentos amorosos, sempre considero
 a possibilidade de ela estar com algum tipo de distúrbio da
 capacidade para se envolver amorosamente. Esta hipótese se confirma
 caso ela tenha mais de vinte anos, relate que ninguém ou quase ninguém
 a atraia, que ela esteja neste limbo afetivo há muito tempo, que talvez nunca
 tenha se apaixonado ou que haja dúvidas sobre isso e que ela nunca tenha
 amado na vida ou que haja dúvidas sobre isso.
Por outro lado, se ela revela um número muito grande de todos estes
 tipos de envolvimento amoroso, o mais provável é que ela
tenha facilidade para iniciar relacionamentos, mas que estes não durem
 muito tempo. Para você ter uma idéia do que seria uma quantidade
 muito pequena ou muito grande de cada um destes tipos de
envolvimento afetivo, considere as duas seguintes pesquisas que eu realizei.
A primeira pesquisa foi realizada com 51 universitários da cidade de São Paulo,
 27 mulheres e 24 homens. A idade média destes estudantes era 20,4 anos,
 variando entre 17 e 29 anos. Solicitei a este grupo de estudantes que
 respondesse à seguinte questão:
“Neste momento, no meu círculo de relações existem _________ (colocar o número)
 pessoas que me atraem, com as quais eu poderia ter, no mínimo, um belo caso de
 amor, caso não houvesse nenhum impedimento (comprometimento com outra pessoa etc.)”
Em média, as mulheres relataram que havia 2 pessoas pelas quais
 sentiam este tipo de atração e os homens relatam que sentiam este
 tipo de atração por 2,4 pessoas.
A segunda pesquisa identificou as quantidades de paixões e
amores que 368 estudantes universitários tiveram durante suas vidas
. A média de amores que estes universitários tiveram na vida era 1,3. A
 média de paixões que tiveram na vida era 3,6. Apenas 4% destes
 estudantes nunca tinham se apaixonado e apenas 13% deles nunca
 tinham amado até esta idade. No outro extremo, apenas 10% deles
tinham se apaixonado 7 ou mais vezes e apenas 4% deles tinha
 amado 4 ou mais vezes. As pessoas que incidiram nestes dois
extremos, ausência ou uma quantidade muito grande de amores e
 paixões, provavelmente são aquelas que tinham muita
dificuldade e muita facilidade, respectivamente, para desenvolverem
 estes dois tipos de envolvimentos amorosos. (Leia gratuitamente
a íntegra deste estudo na Internet. Para obter este artigo coloque
 o nome “O conteúdo da vida amorosa” em uma ferramenta de busca).
É esperado, por
 motivos óbvios,
 que pessoas com
 menos de 24 anos
 tenham tido uma
 quantidade menor
 de amores e paixões
 do que a relatada
 por estes estudantes
 universitários e que
 aquelas acima desta
 tenham tido uma quantidade
 maior de ocorrência
 destes sentimentos do
 que eles.
Funções das capacidades para sentir atração amorosa e amar
A capacidade moderada para o envolvimento amoroso facilita o início
 e desenvolvimento dos relacionamentos amorosos. Algumas das
 contribuições deste tipo de capacidade são as seguintes:
(a) A atração romântica e sexual é um bom critério para escolher um parceiro.
Os amigos e os parceiros amorosos possuem várias características
 semelhantes. Este tipo de atração ajuda a distinguir aquelas pessoas
 pelas quais sentimos apenas amizade daquelas que nos atraem
 amorosamente. Como escolhemos um parceiro amoroso? Certamente não
 levamos no bolso uma lista de atributos que consideramos importantes
 neste tipo de parceiro. Funcionamos de uma forma diferente: simplesmente
 sentimos atração por algumas pessoas e não sentimos por outras. A atração
 que sentimos por uma pessoa é um forte indicativo de que ela tem as
 características que queremos em um parceiro para esta finalidade.
(b) A atração, a paixão e o amor são requisitos para o envolvimento em um
 relacionamento amoroso.
Sentir atração é um requisito para iniciar um relacionamento amoroso:
 as pessoas geralmente procuram desenvolver uma relação amorosa
 com aqueles por quem estão apaixonadas, amam ou, pelo menos,
 sentem atração amorosa. Só naquelas culturas onde o casamento
 é arranjado é que estes sentimentos não são considerados requisitos
 essenciais para iniciar um relacionamento amoroso. Uma pesquisa
 realizada por Levine e colaboradores (1995) mostrou que o amor é
 considerado um requisito muito importante para o casamento nas
 culturas ocidentais. Estes autores pediram para que pessoas de onze
 países (inclusive do Brasil) respondessem à seguinte questão:
“Se um homem (mulher) tivesse todas as qualidades que você deseja, você
 se casaria com ele(a) mesmo se não o(a) amasse?”
A grande maioria das pessoas dos paises ocidentais disse que não
 casaria com tal pessoa. Para elas o amor como necessário para o
 casamento (por exemplo, no Brasil 85,7 % das pessoas disseram
que só casariam se houvesse amor).
(c) O envolvimento amoroso mobiliza recursos para atrair o parceiro.
O envolvimento amoroso funciona como uma fonte de energia
 para as ações amorosas. Por exemplo, quando sentimos atração
 por alguém, esta atração faz com que nos sintamos motivados
para tentar agradar, conquistar e iniciar um namoro com esta pessoa:
 nos vestimos melhor quando sabemos que vamos encontrá-la,
ficamos “derretidos” na sua presença, procuramos encontrá-la, agradá-la etc.
(d) A expressão do envolvimento amoroso dá esperança para o parceiro de
 que ele será bem-sucedido para iniciar e desenvolver este tipo de
 relacionamento. Segundo Stendhal, famoso autor do livro “Do Amor”
 que trata do apaixonamento, a esperança é um dos requisitos para
o nascimento do amor.
Causas das disfunções para se envolver amorosamente
Muitas daquelas pessoas que se dizem “exigentes” têm dificuldades
 para o envolvimento amoroso. Muitas pessoas que se acham sem
 atrativos e que sentem que não serão correspondidas também
desenvolvem mecanismos para não se envolverem, já que se
envolver e não ser correspondido produz sofrimento
 (“As uvas estão verdes”).
Existem diversos tipos de causas para a dificuldade de sentir
 atração amorosa. Os principais são os seguintes:
(1) possuir estilos de apego evitativo. Quem tem este estilo
geralmente teve uma mãe distante, pouco protetora e pouco afetiva.
 Tais pessoas desenvolvem um "modelo mental", que dificulta o
envolvimento profundo. Elas têm dificuldades para estabelecer vínculos
 afetivos que impliquem em proximidade e confiança mútua.
(2) Ter sido traumatizado em um relacionamento amoroso anterior.
 Por exemplo, se essa pessoa foi traída e agredida por um parceiro.
(3) Ter sido exposto a modelos inadequados de relacionamento
amoroso. Por exemplo, se essa pessoa foi criada por pais que não se amavam.
(4) Escassez de parceiros adequados. Certas pessoas freqüentam
 locais onde raramente encontram possíveis parceiros disponíveis e compatíveis.
(5) Falta de esperança para atrair um parceiro adequado. Algumas
 pessoas se acham incapazes de atrair os parceiros adequados
 porque se acham feias e sem graça.
(6) Coração ocupado. Quem já tem um amor, correspondido ou
 não, tem dificuldade para se apaixonar por outra pessoa.

A maioria destas dificuldades pode ser corrigida com boas novas
 experiências. Os casos mais severos necessitam de um bom
 tratamento psicológico. Ame e seja amado ou amada!

terça-feira, 20 de março de 2012

Fantasias Sexuais

Um grande abraço aos amigos do nosso Blog, disponibilizei abaixo o Artigo do Dr. Ailton Amelio, espero que apreciem.

Fantasias sexuais


As fantasias sexuais têm um papel muito importante em diversas fases do sexo: elas contribuem para o nascimento e para a ampliação do desejo, fazem parte da masturbação e podem estar presentes durante o sexo com o parceiro. Embora as fantasias possuam tal importância, as pessoas possuem poucas informações sobre elas e sobre o que se passa com as outras pessoas neste setor. Dois dos motivos para esta ignorância são o tabu que cerca este assunto e a pouca disponibilidade de informações confiáveis.

Neste artigo vamos examinar duas pesquisas que ajudam a responder as duas

seguintes questões sobre as fantasias sexuais:
• Quais são as fantasias sexuais mais comuns?
• Homens e mulheres têm as mesmas fantasias sexuais?

A primeira destas pesquisas foi realizada na cidade de São Paulo com um pequeno grupo de pós-graduandos. A segunda foi realizada nos Estados Unidos com uma amostra representativa da população americana.


Fantasias sexuais de universitários


Há tempos atrás, orientei uma pesquisa sobre as fantasias e práticas sexuais de pós-graduandos. Este estudo foi realizado com 50 estudantes de pós-graduação de uma universidade paulista. Este grupo de estudantes era constituído por 25 homens e 25 mulheres, cuja média de idade era 29 anos. Solicitamos a eles que respondessem um questionário que continha descrições sucintas de 57 atividades sexuais. Cada estudante tinha a tarefa de assinalar a freqüência com que fantasiava cada uma destas atividades e a freqüência com que praticava cada uma delas. Vamos comentar aqui apenas as percentagens de estudantes que fantasiaram estas práticas sexuais pelo menos uma vez em suas vidas. As práticas sexuais mais presentes nas fantasias dos estudantes (90% ou mais para pelo menos um dos sexos) e as respectivas percentagens de estudantes que tiveram estas fantasias são mostradas na tabela abaixo.


Nessa tabela, as fantasias se classificam em:

Atos que fornecem um contexto afetivo ou incluem um compromisso entre os praticantes do ato sexual. Dois dos atos que aparecem na tabela pertencem a este grupo: “Caminhar de mãos dadas com o parceiro”, “Casar-se”,
Ambientes onde ocorrem os atos sexuais. Um ato sexual: “Fazer sexo em locais não usuais.”
Descrição de propriedades das práticas sexuais. Dois atos sexuais: “Fazer sexo durante horas”, “Fazer sexo em posições não usuais”.
Práticas que aumentam o desejo e a excitação (“preliminares”). Sete dos dezessete atos que aparecem nesta tabela pertencem a este grupo: “Tocar/beijar sensualmente”, “Ser sensualmente tocado/beijado”, “Beijar/acariciar o peito nu do parceiro “, “Abraçar e acariciar o pescoço”, “Seduzir o parceiro”, “Ser seduzido pelo parceiro”, “Ver o parceiro se despir-se/despir-se diante do parceiro/ despir-se mutuamente”.
Práticas sexuais propriamente ditas. Cinco atos sexuais pertencem a este grupo: “Masturbar o parceiro”, “Ser masturbado pelo parceiro”, “Receber sexo oral”, “Fazer sexo oral no parceiro” e “Fazer sexo oral mútuo (os dois ao mesmo tempo)”.

De fato, o ato sexual mais freqüentemente fantasiado tanto por homens como por mulheres é a penetração vaginal. Este fato foi indicado por várias outras pesquisas como, por exemplo, na pesquisa americana citada mais para frente. Devido a uma falha técnica, este ato sexual não foi incluído na lista oferecida para os estudantes que participaram da nossa pesquisa.


Diferenças entre homens e mulheres

Os resultados deste estudo apontaram uma alta dose de semelhanças nas fantasias sexuais de homens e mulheres: só foram constatadas diferenças significativas entre eles em apenas 7 das 57 práticas sexuais cujas descrições constavam no questionário usado neste estudo.

Essas práticas são as seguintes:

• “Casar-se”(92% das mulheres e 64% dos homens);
• “Ser protegido pelo perigo por alguém que se tornará seu parceiro” (68% das mulheres e 40% dos homens);
• “Vestir-se com roupas/peças eróticas” (72% das mulheres e 36% dos homens);
• “Ser forçado a submeter-se a atos sexuais”(32% das mulheres e 8% dos homens).
• “Fantasias homossexuais” (44% das mulheres e 16% dos homens).
• “Assistir outras pessoas fazendo sexo” (68% dos homens e 40% das mulheres)
• “Fazer sexo com um parceiro virgem” (76% dos homens e 36% das mulheres).

Uma maior percentagem de homens fantasiam a prática de sexo anônimo. Uma percentagem maior de mulheres fantasiam atos que indicam envolvimento afetivo e comprometimento.

As fantasias onde foram constatadas estas diferenças entre homens e mulheres são coerentes com as idéias que têm sido divulgadas em publicações desta área, dirigidas para o público não-especializado. Segundo estas publicações, as mulheres são o “sexo frágil”, por isso elas fantasiam “Ser protegidas do perigo por alguém que se tornará seu parceiro” mais do que eles. Como os homens são mais “visuais”, elas fantasiam vestir roupas eróticas para exibir-se e provocar o desejo no parceiro. Como os homens gostam de sentir-se “dominadores”, elas fantasiam “Ser forçadas a submeter-se a atos sexuais”. É claro que cada uma destas fantasias também pode ser do agrado das próprias mulheres por motivos intrínsecos. As mulheres também têm mais fantasias homossexuais do que os homens; isto parece ser coerente com as normas sociais que são mais permissivas com as praticas homossexuais femininas (por exemplo, os filmes pornográficos para homens heterossexuais freqüentemente mostram mulheres transando entre si, mas, quase nunca homens transando).

Os homens, segundo este mesmo tipo de publicação, são mais visuais e gostam mais de sexo sem envolvimento. Por isso, eles fantasiam mais “Assistir outras pessoas fazendo sexo”. Eles também valorizam mais o recato de suas parceiras fixas, porque “têm menos certeza da própria paternidade do que elas”. Por isso, eles fantasiam mais “Fazer sexo com uma parceira virgem”.


Pesquisa americana sobre as práticas sexuais mais desejadas e mais indesejadas

Uma das pesquisas mais completas sobre a sexualidade foi realizada nos EUA. Esta pesquisa foi aplicada em uma amostra representativa da população americana. Uma das questões desta pesquisa tratava das práticas sexuais que eram mais atraentes para homens e mulheres, e pedia aos participantes que classificassem várias praticas sexuais como muito atraentes, atraentes, não-atraentes e totalmente não-atraentes. Vamos ver alguns dos principais resultados desta pesquisa.

Práticas sexuais consideradas atraentes ou muito atraentes por homens e mulheres que participaram desta pesquisa:

Homens
Sexo vaginal: 95%
Ver o parceiro tirar a roupa: 93%
Receber sexo oral: 83%
Fazer sexo oral: 76%
Mulheres
Intercurso vaginal: 96%
Ver o parceiro tirar a roupa: 81%
Receber sexo oral: 88%
Fazer sexo oral: 57%

Percentagens de homens e mulheres que consideraram as seguintes práticas sexuais não atraentes outotalmente não-atraentes:

Homens
Forçar alguém a fazer alguma coisa sexual: 98%
Ser forçado a fazer alguma coisa sexual: 97%
Sexo com um parceiro do mesmo gênero: 94%
Mulheres
Ser forçada a fazer alguma coisa sexual: 98%
Forçar alguém a fazer alguma coisa sexual: 98%
Sexo anal: 96%

(Estas informações foram estraídas do livro: MICHAEL, R. T.; GAGNON, J. H.; LAUMANN, E. O; KOLATA,G. Sex in America. New York: Warner Books, 1995).


Conclusões baseadas nestas duas pesquisas

Em linhas gerais, os resultados desta pesquisa americana são muito semelhantes aos da pesquisa que realizamos. Os resultados destas duas pesquisas, considerados em conjunto, indicam que:

(1) as pessoas geralmente fantasiam coisas comuns;
(2) homens e mulheres têm fantasias muito semelhantes e
(3) as poucas diferenças entre homens e mulheres acontecem na direção esperada: as mulheres preferem sexo dentro de um contexto onde haja afetividade e compromisso entre os praticantes e os homens têm mais tendência para o sexo por sexo, onde há menor necessidade de afeto ou compromisso, e são mais visuais do que as mulheres (possuem mais fantasias voyeurísticas).


Quais fantasias são “normais”?

Quando se fala de fantasias sexuais, um assunto que logo vem à tona diz respeito à normalidade dessas fantasias: quais são “normais” ou quais são “imorais” ou “pervertidas”.

Cada um, é claro, tem o direito de classificar as fantasias de acordo com seus próprios valores. No entanto, de um ponto de vista estritamente psicológico, uma prática sexual só é considerada problemática quando atende ao primeiro dos critérios abaixo e a pelo menos um dos outros dois seguintes:

• Persiste por um bom tempo (geralmente por seis meses ou mais)
• Prejudica um ou ambos os participantes.
• Prejudica terceiros.


Fantasie, pratique e melhore a sua vida sexual e o seu relacionamento amoroso.